Recorrência: a fênix da análise do comportamento!

Você já se perguntou o porquê de retornarmos a certos comportamentos? Quantas vezes retomamos velhos hábitos, por exemplo, voltar a comer aquela comida calórica após um período de regime, mesmo tendo jurado de pés juntos que não voltaríamos a comer guloseimas. Ou falar com um(a) ex-namorado(a), assim que rompermos com o(a) atual. Comportamentos que acreditávamos estarem “mortos e enterrados” podem reaparecer, e isso é comum tanto no nosso dia-a-dia, como em situações terapêuticas.

Imagine agora casos ainda mais delicados de recorrência de comportamentos, como o abuso de drogas ilícitas. Um indivíduo durante um longo período longe das drogas, em geral, apresenta extinção das respostas que levariam ao consumo da droga. Entretanto, após um intervalo de tempo, alguns usuários voltam a consumir a substância. Nesse caso, tem-se uma recaída e isso dificulta, e muito, a recuperação das pessoas adictas a essas substâncias.

Fenômenos como esses indicados são chamados na literatura analítico-comportamental de “recorrência”.

Um episódio caracteriza-se como um caso de recorrência quando um comportamento anteriormente reforçado foi extinto e, posteriormente, as respostas são emitidas novamente, ou seja, “ressurgem”. Na pesquisa experimental sobre o tema, os episódios de recorrência têm sido identificados pelos seguintes processos:

  1. Ressurgência: quando a resposta deixa de ser reforçada e é reforçada uma resposta alternativa, mas com a descontinuidade do reforço apresentado para a resposta alternativa, a resposta anterior ressurge.
  2. Renovação: uma mudança de contexto provoca o aumento da taxa de respostas, as quais haviam sido extintas num contexto anterior.
  3. Restabelecimento: após a extinção, o reforçador é novamente apresentado independentemente das respostas, observando-se restabelecimento da resposta que havia sido extinta.

Esses três processos (ressurgência, renovação e restabelecimento) foram investigados, respectivamente, em três experimentos relatados em um artigo de Jérome Alessandri, Kennon Lattal e Carlos Cançado disponível na prestigiosa revista cientifica Journal of the Experimental Analysis of Behavior. A grande “sacada” desses autores foi o uso do reforçamento negativo, ao invés do positivo, para produzir a recorrência das respostas nos experimentos. Uma característica do reforço negativo é produzir e aumentar a frequência de comportamentos para eliminar a estimulação aversiva. Nos estudos de recorrência é raro o uso de contingências de reforço negativo, mas esse tipo de contingência pode mostrar novas e importantes variáveis para esse processo comportamental, e contribuir com o avanço científico da área. Outra lacuna apontada pelos autores sobre os estudos anteriores é que, em sua maioria, a recorrência de respostas foi investigada em animais não-humanos. Nesse caso, os três experimentos contaram com a participação de adultos universitários.

Nos três experimentos do artigo de Jérome e colaboradores, os participantes tinham de sentar-se em frente a um computador e pressionavam uma barra com os dedos, aplicando uma quantidade de força razoável. A pressão dessa barra deveria ser mantida, salvo se fosse emitida uma resposta ao pressionar a seta “para baixo” do teclado do computador, pois essa resposta operante permitia a liberação de um reforçador (livrar-se por 3 segundos da pressão à barra). Essa era a contingência de reforçamento negativo apresentada. O objetivo desse procedimento era aumentar, nos três experimentos, as taxas de respostas dos participantes (pressionar a seta para baixo) para livrarem-se da pressão à barra, e para isso foram utilizados esquemas de reforçamento negativo com variados números de respostas (1 a 75), em esquemas de razão fixa. Posteriormente, em outra fase dos experimentos, ocorria a extinção dessas respostas.

O primeiro experimento investigou a ressurgência. Nesse experimento em sua primeira fase observam-se altas taxas de respostas de esquiva à pressão da barra. Durante a segunda fase, uma outra resposta foi reforçada e, com isso, a resposta anterior foi extinta. A outra resposta foi estabelecida ao reforçar um comportamento alternativo: para se livrar da pressão a barra, não deveria ocorrer resposta de pressão na seta do teclado dentro de um intervalo de tempo (2s inicialmente, chegando à 20s). Essa resposta era incompatível com a emitida na primeira fase. Na última fase, chamada de fase teste, nenhuma das respostas estabelecidas anteriormente era efetiva em livrar o participante de ter que pressionar a barra. Os dados dessa fase mostraram um aumento das taxas de respostas de pressão da seta “para baixo”.

O segundo experimento investigou a renovação. Foi manipulado, nesse experimento, o papel do contexto enquanto estímulo discriminativo para as respostas dos participantes. Na fase inicial as taxas de repostas foram altas e os participantes podiam ver uma tela de cor verde no computador. Na segunda fase, ocorreu a extinção das respostas e o fundo da tela era azul. Na fase de teste, a contingência de extinção permanecia em efeito, mas o fundo da tela foi alterado para a cor verde. Observou-se, na fase de teste, um aumento significativo das taxas de respostas de pressão da tecla, se comparado a fase de extinção.

O terceiro experimento investigou o restabelecimento. Após a fase de extinção (segunda fase) foi apresentada a fase de teste, na qual o reforçador negativo (livrar-se de apertar a barra por algum tempo) era apresentado independentemente da resposta dos participantes. Dos quatro participantes do experimento, observou-se na fase de teste um discreto aumento da taxa de respostas para somente um participante, sendo que os outros três continuaram com taxas de respostas próximas à zero.

Os resultados dos três experimentos chamam a atenção por replicarem efeitos similares entre as respostas emitidas por animais não-humanos e, mais interessante ainda, por terem padrões similares na recorrência das respostas em estudos com contingência de reforçamento positivo. A recorrência das respostas (pressionar a tecla para se livrar da pressão à barra), mesmo extintas (tanto pela remoção da contingência quanto pela emissão de respostas incompatíveis), mostrou-se consistente nas formas de ressurgência e de renovação. O experimento realizado para investigar o restabelecimento, por outro lado, não mostrou resultados suficientemente consistentes para que se possa afirmar o seu efeito.

De modo geral, os dados dessa pesquisa mostraram que a renovação é o tipo mais forte de recorrência, pois a simples reapresentação do contexto anterior (estímulo discriminativo) associado com reforçamento durante a primeira fase foi suficiente para que as taxas de respostas se elevassem. Vale lembrar que, mesmo com a reapresentação do contexto (fase de teste), as respostas já estavam extintas na fase anterior e não foram liberados reforçadores na fase de teste. Nesse sentido, o papel do contexto parece ser uma das variáveis relevantes para a recorrência de respostas, em especial, no processo de renovação. Essa pesquisa básica apresenta diversas implicações. Pesquisas futuras podem ser arranjadas estudando outras contingências de reforçamento negativo diferentes do que pressões à barra, como por exemplo: créditos em cursos ou pontos trocados por dinheiro, as quais são mais próximas ao ambiente natural dos seres humanos.

Quer saber mais?

Alessandri, J., Lattal, K. A., & Cançado, C. R. (2015). The recurrence of negatively reinforced responding of humans. Journal of the experimental analysis of behavior, 104(3), 211-222.

Texto escrito por Marlon Alexandre de Oliveira

Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos

Fonte da imagem: http://wallpaper.ultradownloads.com.br/281232_Papel-de-Parede-Ataque-da-Fenix_2560x1440.jpg

“Afaste-se” dos pensamentos indesejáveis e acabe com a ansiedade

Hoje nosso post tratará de um assunto muito sério: os transtornos de ansiedade. Os transtornos de ansiedade estão entre os transtornos mais prevalentes nas sociedades ocidentais. Os tipos mais comuns são síndrome do pânico, as fobias e o transtorno obsessivo compulsivo. Esses transtornos têm seu início, muitas vezes, com uma experiência “desagradável”, que desse momento em diante passa a ser evitada. Por configurar uma situação de esquiva, os comportamentos que proporcionam alívio ou evitação dessa experiência aversiva são negativamente reforçados. Esse comportamento é chamado de esquiva experiencial. Algumas vezes, após a aprendizagem dessa resposta, esse comportamento pode se estender para contextos em que o condicionamento não ocorreu de forma direta.

A Teoria das Molduras Relacionais (RFT ou Relational Frame Theory, em inglês), uma interpretação comportamental moderna da cognição e linguagem humana, permite compreender como esse tipo de responder é eliciado ou mesmo como essas respostas de esquiva são aprendidas – ainda que na ausência de um condicionamento direto. A transformação de função é a chave desta explicação. Uma vez que os estímulos sejam relacionados, é possível que estímulos anteriormente “inofensivos” possam vir a eliciar respondentes “desagradáveis”, ou mesmo evocar estas respostas de esquiva, ainda que não haja uma contingência aversiva de fato em vigor no momento em que essa resposta é emitida. Neste caso, esta resposta de esquiva, muitas vezes, é emitida diante de estímulos que não a evocavam.  Isso acontece porque a partir do estabelecimento de relações arbitrárias derivadas, esses estímulos adquiriram a mesma função que os eventos que as evocavam originalmente.

É muito importante compreender, e explicar de maneira precisa, como esses comportamentos indesejáveis são aprendidos. Contudo, mais importante do que compreendê-los, é importante descobrir maneiras de como tratá-los! Como a Análise do Comportamento pode auxiliar as pessoas que desenvolvem esses tipos de transtornos? Esse é exatamente o foco deste texto, descrever um experimento realizado para avaliar a eficácia de uma intervenção muito utilizada atualmente em terapia.

Carmen Luciano e colaboradores (2014), replicaram um procedimento, que pode ser considerado um modelo experimental para transtornos de ansiedade. A vantagem desse tipo de modelo é que ele permite investigar a ansiedade mesmo em pessoas que não desenvolveram esse transtorno.

Nesse estudo foram ensinadas duas redes relacionais, ou seja, os participantes aprenderam a relacionar dois grupos diferentes de estímulos (figuras sem sentido) como funcionalmente similares aos outros membros do grupo. Em um dos grupos, duas dessas figuras eram pareadas a um choque (incômodo, mas não doloroso). Os participantes aprenderam que, ao pressionar uma tecla no computador quando estes estímulos estivessem presentes, eles evitariam o choque. Logo observou-se que eles passaram a emitir essa resposta não somente frente aos estímulos que anteriormente antecediam o choque, como também a todo o grupo de estímulos considerados similares a esses.

Aí vocês podem me perguntar, e qual a relação disso com a ansiedade? Nesse modelo experimental, os participantes produziam essa resposta (pressionar a letra Q, por exemplo) e evitavam o choque, o que provavelmente produzia alívio (Ufa, não vou tomar esse choquinho chato!). Por reforço negativo essas respostas foram mantidas. Contudo, nas etapas seguintes do experimento nem todos os estímulos (mesmo os que antecederam choque anteriormente) sinalizariam novamente um choque, e, mesmo assim, os participantes respondiam a todos os estímulos evitando algo que poderia nem ocorrer. Esse tipo de responder imita as respostas de um paciente ansioso, que se comporta para evitar eventos que, muitas vezes, não tem uma relação de contingência com este comportamento de esquiva. E justamente estas respostas que tornam a vida das pessoas ansiosas muito difícil.

O que fazer agora que os participantes estavam se comportando ansiosamente? Neste estudo, foi investigada a eficácia de uma técnica muito utilizada na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT): a Desfusão Cognitiva. A desfusão consiste em alterar o controle de estímulos (funções) exercido por um determinado evento encoberto e assim alterar a relação dos clientes com eles. Em uma explicação grosseira, essa técnica permite que o cliente aprenda a se afastar não ficando absorvido nessas experiências privadas. Por exemplo, um pai pode pensar “sou um fracasso”, e se identificar com isso (como se ele estivesse fundido a esse pensamento) e isso pode afetar seu comportamento. A prática da desfusão serve justamente para afastar esse pensamento, sendo possível observá-los de uma perspectiva diferente. Um exemplo dessa tarefa seria imaginar esse tipo de ideia como sendo um objeto, como algo que visivelmente é separado de nós, e assim tentar então, “desfundir” esses estímulos encobertos. Assim passariam a ser vistos a partir desse momento como algo extra, e não uma característica intrínseca, possibilitando uma mudança de suas funções.

O protocolo empregado para diminuir esse responder ansioso criado em laboratório consistia em um exercício breve. De forma resumida, inicialmente foi pedido que o participante imaginasse um dos estímulos que antecediam o choque. Em seguida, que imaginasse esses estímulos desenhados em um papel. Por fim, que ele se imaginasse colocando esse papel em seu bolso. Além do grupo que realizou essa tarefa, haviam dois grupos controle, que faziam tarefas diferentes nessa fase e permitiram uma comparação com esse protocolo de Aceitação/Desfusão.

O que aconteceu foi surpreendente!!! Enquanto nos grupos controle de 10 indivíduos, somente 4 pararam de emitir as respostas ansiosas, no grupo com o protocolo de Desfusão NENHUM participante emitiu sequer nenhuma resposta de esquiva. Um grande sucesso considerando uma atividade tão pontual! A técnica de Desfusão representou uma ferramenta muito promissora para o tratamento de pacientes, principalmente para os casos em que procedimentos mais tradicionais de exposição tendam a falhar. Maiores investigações, certamente, são necessárias. A possibilidade de empregar modelos experimentais para essas questões tão delicadas, como transtornos psicológicos, é um campo ainda pouco explorado. É imprescindível que desenvolvamos novas técnicas para lidar com esses tipos de transtornos verbalmente estabelecidos, que permitam ao indivíduo uma interação mais adequada com o ambiente.

Para saber mais:

Luciano, C. Valdivia-Salas, S. Ruiz, F., Rodriguez-Valverde, M., Barnes-Holmes, D., Dougher, M. J., López-Lopez, J., Barnes-Holmes, Y. & Gutierrez-Martinez, O. (2014) Effects of an acceptance/defusion intervention on experimentally induced generalized avoidance: a laboratory demonstration. Journal of the Experimental Analysis of Behavior. 101,94-111.

Texto escrito por João Henrique de Almeida, doutor em Psicologia, professor voluntário e pesquisador associado no Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos. Bolsista de pós-doutorado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo no LECH- Laboratório de Estudos do Comportamento Humano-UFSCar

Você sabe o quanto come? Aprendendo a estimar melhor o tamanho das porções de alimentos

Este trabalho mostra que é possível ensinar pessoas a estimarem com maior precisão o tamanho das porções de alimentos utilizando a equivalência de estímulos.

Você já deve, em algum momento, ter ouvido alguém dizer a seguinte frase “Não sei por que engordo… não como muito…”. Pois é, estimar a quantidade de alimentos que se ingere não parece ser algo tão trivial, e tem sido considerado um grande fator, além dos já conhecidos, que podem levar a problemas de obesidade.

Se alguém pedisse para você, por exemplo, colocar ¼, ½ ou 1 xícara de cereal em um prato, será que conseguiria acertar a quantidade sem ter esta medida? É bem provável que não! O interesse nesta questão fez com que Lisa Trucil e colaboradores (Caldwell University) realizassem uma pesquisa para investigar se o uso de um treino de equivalência ajudaria estudantes a estimarem com mais precisão o tamanho de porções de alimentos.

A base do estudo foi o EBI (Equivalence Based-Instruction) que é o mesmo procedimento adotado em pesquisas de equivalência de estímulos. Eles utilizaram copos de medidas com ¼, ½ e 1 porção de alimentos não perecíveis que variavam em cores, tamanhos e formatos diferentes (estímulos A); pratos com estas porções de alimentos (estímulos B); e materiais que representavam cada uma destas quantidades, tais como bola de golfe, de tênis e de beisebol (estímulos C). O procedimento consistia em ensinar as relações AB e AC e verificar a emergência das relações não treinadas BA / CA e BC / CB. Complicou?? Vamos dar um exemplo: o experimentador apresentava como amostra um copo de medida com ½ porção de algum alimento (por ex. feijão preto). Como comparações eram expostos três pratos com ¼, ½ e 1 porção do alimento e era dito ao participante “combine”. Ele deveria levar a amostra para junto da comparação correta e recebia feedback quando acertava ou errava. Isto era feito com as três medidas. Depois testava-se, ou seja, sem dar dicas de acerto ou erro, se ele conseguia fazer o inverso (escolher o copo de medida correto diante do prato). O mesmo procedimento foi realizado utilizando os copos de medida como modelo e estímulos representativos (bolas) como comparações. Ao final, o participante deveria ser capaz de escolher o tamanho de bola correto (golfe, tênis ou beisebol)  diante do prato com a porção de alimento correspondente (¼,½, 1) e vice-versa, mesmo sem ter sido ensinado diretamente.

Será que este tipo de treino melhorou a estimativa? Bem, para saber isto, foram medidas as estimativas do tamanho das porções de cada participante com todos os alimentos do experimento.  Apresentava-se uma embalagem original do alimento e era solicitado que ele colocasse uma porção (¼, ½ ou 1) em um prato. Então calculava-se o valor de desvio de estimativa média. Estas medidas eram feitas antes do treino (linha de base), após o treino, numa fase de generalização (utilizando alimentos não usados no treino, mas semelhantes) e fase de manutenção (após 1 e 2 semanas do teste de generalização). Importante: o participante não tinha acesso ao peso da balança e não recebia nenhum feedback.

Como era de se prever, todos os participantes da pesquisa estavam estimando com maior acurácia o tamanho das porções após o treino, mesmo na fase de generalização e manutenção. Agora, será que podemos atribuir esta melhora ao fato do copo de medida, o prato e a bola com o tamanho correspondente à porção passarem a fazer parte da mesma classe e se tornarem equivalentes? Vamos pensar um pouco sobre isto. A equivalência de estímulos se refere a como podemos formar relações totalmente arbitrárias entre estímulos, e parte-se do princípio de que estes não possuem nenhuma característica em comum. Nesta pesquisa, apesar dos estímulos usados serem aparentemente diferentes, a quantidade em questão era a mesma nos três grupos. É claro que isto não inviabiliza, nem torna o trabalho menos interessante, entretanto, é bem provável que estes resultados poderiam ser alcançados somente por meio de um treino de discriminação de porções, por exemplo. Aliás, este seria um ponto interessante para se investigar em pesquisas futuras, não acha? Mãos à obra!

Quer mais detalhes? Leia:

Trucil, M. L., Vladesco, J. C., Reeve, K. F., DeBar, R. M. & Schnell, L. K. (2015). Improving portion-Size estimation using Equivalence-Based Instruction. The Psychological Record, 65(4), 761-770.

Escrito por Silvana Lopes dos Santos

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de São Carlos

Créditos da imagem 1: http://nutricaoeforma.com/piramide-alimentar/